Dança-Teatro x Teatro-Dança x Teatro Físico
O que é dança-teatro? O que é
teatro-dança? O que é teatro físico? Qual a diferença entre esses termos?
Lúcia
Romano em seu livro “O Teatro do Corpo Manifesto: Teatro
Físico” discorre sobre o debate existente a respeito da definição desses
três termos utilizados para definir um tipo de fazer teatral que prioriza o
não-verbal, um fazer com foco na fisicalidade do evento e onde a narrativa verbal é colocada em
segundo plano. A autora defende a ideia de que, embora esses termos sejam
utilizados para se referir a fazeres teatrais que tem como foco principal o
movimento, não existe um teatro que não seja corporal. Não há uma teatralidade
onde a corporeidade do ator não seja prescindida ou mereça destaque. “O teatral
está sempre relacionado ao corporal [...]” (ROMANO, 2005, P.21).
Tanto
a dança-teatro, quanto o teatro-dança e o teatro físico realizam a mistura
entre o teatro e dança, duas formas de arte aparentemente diferentes a
princípio, mas que ao se juntarem promovem um hibridismo de fisicalidade e
corporeidade de significativa carga expressiva.
A
dança-teatro associa os elementos cênicos e de dança com um maior foco
na dança. Esse movimento surgiu na década de 20 através dos estudos de Rudolf
Laban, onde ele buscava a mistura entre sons/dança/palavras. O seu ápice se deu
nos anos 70 com os trabalhos da coreógrafa e bailarina alemã Pina Bausch. A
diretora do Tanztheater Wuppertal desenvolveu durante toda a sua vida trabalhos
que combinavam dança e teatro com foco nas histórias de vida de seus
dançarinos. Pina não estava interessada em como as pessoas se moviam, mas sim o
que movia as pessoas, dando maior importância as emoções do que as formas. Sua contribuição para o fazer artístico revolucionou a maneira como pensamos a dança e o teatro nos dias de hoje. O
termo teatro-dança é apenas uma variação de nomenclatura, mas que
descreve o mesmo fazer artístico da dança-teatro.
O
teatro físico por sua vez associa os elementos cênicos e de dança com um
maior foco na teatralidade. Tem sua matriz em grupos experimentais não radicais,
underground e alternativos surgidos no Reino Unido durante as décadas de 60 e
70. Romano (2005) diz que esse termo define todo tipo de teatro que não tem
como ponto de partida para a construção da cena o texto escrito e onde o
processo de criação colaborativa entre os membros é crucial. O corpo é a base
da investigação e da criação. Representa um renascimento do modo de fazer
teatral e tem seu lugar no ramo das artes na fronteira entre a dança e o teatro
com ênfase na corporeidade.
Referências Bibliográficas:
1) 1) ROMANO,
Lúcia. O Teatro do Corpo Manifesto: Teatro Físico. São Paulo: Perspectiva:
Fapesp, 2005.
2) 2) SANCHEZ,
Licia Maria Morais. A Dramaturgia da Memória no Teatro-Dança. São Paulo:
Perspectiva, 2010.
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